Nova coleta seletiva é tema de audiência pública

por Imprensa publicado 15/03/2019 08h55, última modificação 16/11/2020 12h39
Desafios e resultados
Nova coleta seletiva é tema de audiência pública

Público presente apresentou demandas e sugestões sobre o tema

Atendendo a um requerimento dos vereadores Ricardo Sabino (PSDB) e Lígia Podestá (DEM), a Câmara de Poços realizou uma audiência pública para tratar dos desafios e resultados na nova coleta seletiva. O evento aconteceu na última quarta-feira (13), com os objetivos principais de esclarecer dúvidas da população e apresentar os resultados e projetos futuros, além de levantar demandas da comunidade em relação ao tema.

Participaram do debate o promotor de Justiça Dr. Sidnei Boccia, o secretário municipal de Serviço Públicos Thiago Biagioni, a capitão Driele Costa Rodrigues, representando o 6º Comando Operacional de Bombeiros de Poços de Caldas, o advogado Dr. Alexandre Contin, da 25ª Subseção da OAB/MG, e o coordenador da Comissão Municipal de Resíduos Sólidos Márcio Cássio Santos. O encontro contou, ainda, com a presença de representantes de cooperativas, entidades e associações que trabalham com a reciclagem.

No ano passado, a Secretaria Municipal de Serviços Públicos reorganizou a coleta seletiva em Poços, estabelecendo os dias da semana para recolhimento dos lixos úmido e seco e dividindo os bairros em dois setores. Durante a audiência, o secretário Thiago Biagioni apresentou informações sobre os custos atuais da coleta e quantidade de material recolhido. Os números apontam que, de agosto de 2018 a janeiro desse ano, foram 1.468.522 toneladas de material coletado. Com relação ao material reciclável, em 2018 foram 2.231 toneladas. Outros pontos abordados pelo secretário foram sobre aumento do número de empregos gerados após a nova coleta, divulgação do projeto e integração entre os vários setores.

Segundo Biagioni, o momento é oportuno para discussão, com a presença dos vereadores e de todos aqueles que foram fundamentais no processo de transformação e mudanças. “Desde quando entramos na Secretaria de Serviços Públicos, nós entendíamos que a coleta seletiva só aconteceria e melhoraria se tivesse a participação de todos e foi isso que procuramos fazer desde o primeiro momento. Agora, depois de dois anos, o momento é de reflexão, análise e sugestão”, ressaltou.

Ainda durante sua apresentação, o secretário defendeu um trabalho educacional para que a sociedade entenda que a coleta seletiva tem início dentro da própria residência. A questão da conscientização também foi levantada pelo promotor de Justiça Dr. Sidnei Boccia. Ele destacou que, além da discussão das legislações e da saúde do planeta, é preciso que a população dê a destinação adequada ao resíduo que ela produz.

O promotor falou, ainda, da pendência referente ao aterro controlado e enfatizou que, do mesmo modo que existe o Ponto de Entrega Voluntária do lixo seco, o município deveria contar com outro ponto para a coleta do lixo úmido. Para ele, a iniciativa já implantada, mesmo que passe por modificações, precisa ser incentivada cada vez mais.

Corpo de Bombeiros

A capitão Driele Costa Rodrigues, do 6º Comando de Bombeiros, abordou a relação entre a coleta seletiva e a segurança pública. Ela citou alguns exemplos, como o não aproveitamento dos resíduos sólidos e, consequentemente, o depósito desses materiais em terrenos vagos, fato que gera impactos ao meio ambiente em casos de alagamento e incêndios. Ainda segundo Driele, a partir do momento que essa destinação gera renda, o resultado é a minimização dos efeitos maléficos resultantes da falta de segurança pública. Para ela, quando as pessoas têm de onde tirar renda, a criminalidade diminui.

Ainda durante sua apresentação, Driele pediu um cuidado com o armazenamento dos materiais recicláveis e fez um convite às associações e cooperativas de catadores para que trabalhem em parceria com o Corpo de Bombeiros. O objetivo é baixar as ocorrências de incêndios, proporcionando segurança a todos os envolvidos nesse processo.

Comissão de Resíduos Sólidos

A criação da Comissão de Resíduos Sólidos e os resultados obtidos com esse avanço foram destacados pelo coordenador Márcio Cássio Santos. Ele citou a união das entidades e a integração entre as secretarias na discussão da coleta seletiva. Ele falou, também, da possibilidade de implantação do projeto de construção de lixeiras subterrâneas.

Diversos outros assuntos foram levantados pelas pessoas que se inscreveram para uso da Tribuna e pelo público presente, entre eles: o processo de integração dos catadores; as dificuldades encontradas para venda de materiais como o isopor; a importância da população conhecer o trabalho realizado pelas cooperativas; a necessidade de colaboração da comunidade com a destinação do material; o trabalho realizado na cidade com o óleo de cozinha usado; os planos da Prefeitura quanto à adequação do aterro; a existência de projetos em andamento na área da educação ambiental para reforçar a questão do gerenciamento dos resíduos sólidos.

Vereadores

Além de esclarecer dúvidas, os vereadores pontuaram vários questões referentes à coleta seletiva. As estruturas física e humana para receber a quantidade do material coletado, a segurança dos trabalhadores e a importância dos coletores subterrâneos foram alguns dos temas abordados.

O vereador Ricardo Sabino destacou como um dos objetivos do debate a conscientização sobre a necessidade de reciclar. Em um primeiro momento, houve resistência por parte da população, inclusive com questionamentos por parte de muitas pessoas. Naturalmente, logo no início não era possível falar dos impactos positivos ou negativos da nova modalidade. Agora, alguns meses após a implantação da nova proposta, essa audiência vem avaliar os resultados, destacando seus êxitos e identificar pontos que precisam ser melhorados. Além de ser mais uma oportunidade para conscientizar sobre a necessidade de reciclar, recuperar e preservar o meio ambiente, visto que infelizmente falta muito a nós brasileiros o hábito da separação e destinação correta dos resíduos sólidos”, disse.

Para a vereadora Lígia Podestá, a audiência trouxe boas notícias e foi possível obter informações sobre como está o desenvolvimento do projeto da coleta seletiva. “Uma das sugestões que me agradou muito foi o coletor de lixo subterrâneo, inclusive encaminhei ao prefeito, há algum tempo, essa proposta, principalmente visando à segurança, evitando enchentes e problemática dos lixos espalhados. Seria importante que a Secretaria de Serviços Públicos estudasse essa questão e, quem sabe, conseguisse tornar esse projeto realidade, afirmou.

Os vereadores autores do requerimento pontuaram a importância da análise e do encaminhamento de todas as melhorias apresentadas durante a audiência. O vídeo do encontro está disponível no Portal da Câmara (www.pocosdecaldas.mg.leg.br)