Câmara realiza simpósio sobre Depressão Infantojuvenil

por Imprensa publicado 16/10/2019 16h45, última modificação 16/11/2020 12h39
Conscientização
Câmara realiza simpósio sobre Depressão Infantojuvenil

Evento foi realizado tendo em vista a aprovação da lei que institui o Dia Municipal de Consciencialização sobre a Depressão Infantojuvenil

A Câmara realizou, na última sexta-feira (11), um simpósio com o tema Depressão Infantojuvenil. O evento contou com a presença do presidente Carlos Roberto de Oliveira Costa (PSC), autor do requerimento que propôs o debate, e da professora Roberta Ecleide de Oliveira Gomes Kelly, psicóloga, psicanalista e coordenadora do NEPE (Núcleo de Estudos em Psicanálise e Educação).

Também participaram do debate o vereador Pedro Gonçalves Magalhães Júnior (PSDB), a vereadora da cidade de Alfenas Kátia Goyatá (PDT), alunos, professores, profissionais da área da saúde e comunidade em geral. Durante o evento, o público apresentou diversos questionamentos, entre eles a respeito da ansiedade nos adolescentes, problema este detectado muitas vezes nas escolas, a relação com a tecnologia e as fases de agonia enfrentadas pelas crianças e adolescentes nas diversas faixas etárias, em especial entre os oito e dez anos de idade.

Com a pergunta inicial Depressão Infantojuvenil: qual a sua realidade?, Roberta Ecleide enfatizou que a depressão é uma condição de sofrimento psíquico presente em vários quadros psiquiátricos, no entanto pode ser tomada, por si só, como um transtorno mental. Para ela, toda delicadeza e todo cuidado devem ser tomados quando se fala de depressão, pois está relacionada a duas funções psíquicas importantes e que nunca estão ausentes em quaisquer condições: o afeto e o humor. “O afeto é tudo o que nos afeta, é a nossa sensibilidade para as situações externas e internas, é o índice de nossa vitalidade. O humor é o nosso temperamento, pode se apresentar rebaixado nas pessoas mais intensas, mais densas, mais reflexivas e introspectivas. E se apresentará elevado nas pessoas extensas, mais receptivas e extrospectivas. O tipo de humor indica o jeito que a pessoa se afeta e como responde aos estímulos”, pontuou.

Para a psicóloga, quando se utiliza a infância e a adolescência como referência para pensar a depressão, é necessário levar em conta o próprio processo de cada fase, que é diferente uma da outra. “Ou seja, atrapalha a nomenclatura infantojuvenil, que une dois momentos muito díspares em características e condições de construção. E atrapalha, também, a ideia que perpassa o imaginário social de que a infância e a juventude são necessariamente felizes. Neste sentido, há que se desconstruir estas duas imagens, de unificação dos períodos do neurodesenvolvimento e da infância e adolescência como períodos idealizados e maravilhosos”, comentou.

Roberta falou sobre aspectos históricos, epidemiologia e avaliação clínica de cada uma dessas fases, ressaltando que tanto a adolescência, como também a infância, demandam dos adultos muito cuidado e presença para orientar e mediar as conquistas, auxiliando na reflexão das ações, dos erros e dos avanços. Para ela, cabe aos adultos estarem junto às crianças e adolescentes cuidando, orientando, ensinando e educando, visto que tempo e presença ainda são as ferramentas de construção e estabelecimento da sociedade humana.

Para o presidente, o debate possibilitou a troca de informações sobre um tema muito importante nos dias atuais. “A Câmara tem colocado em pauta assuntos relevantes e de interesse da comunidade. Contamos com a presença de dezenas de pessoas, que inclusive vieram de outras cidades para prestigiar o evento. Foi um momento rico em informações e muito proveitoso”, declarou.

O simpósio proposto pelo vereador Carlos Roberto atende à Lei n. 9234/2018, que institui o Dia Municipal de Consciencialização sobre a Depressão Infantojuvenil. A norma estabelece a comemoração da data em 11 de outubro. O vídeo do encontro está disponível na página da Câmara no YouTube.

 

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